Kenobi T01
A bundamolização e o resgate de um herói
Spoilers Pesados
Série de seis episódios (2022) estrelada por Ewan McGregor (Obi-Wan Kenobi), Hayden Christensen (Darth Vader), Moses Ingram (Reva), Indira Varma (Tala), Rupert Friend (Grand Inquisitor), Vivien Lyra Blair (Leia Organa), Kumail Nanjiani (Haja), Joel Edgerton (Owen Lars) e Bonnie Piesse (Beru Lars).
A tão esperada série protagonizada pelo herói das Guerras Clônicas é ambientada dez anos depois da ascensão ao poder de Sidious e Vader na antiga república, agora se tornando o Império Galáctico. Para a surpresa dos espectadores a trama se desenrola em torno da pequena Leia Organa, ela é sequestrada a mando da Inquisidora Imperial Reva, também conhecida como terceira Irmã, a fim de atrair Obi-Wan Kenobi que, supostamente, ainda manteve um laço com Bail Organa.
A série mostra um Obi Wan muito aquém do conhecido Jedi, algo totalmente incompatível com o personagem trabalhado nas prequels, uma espécie de reedição do Luke Skywalker desiludido e descaracterizado de Episódio VIII. Aparentemente a Disney está em uma campanha de bundamolização dos seus heróis em uma tentativa de catapultar os novos que ela elegeu serem ícones para uma nova geração - como se os heróis clássicos fossem obsoletos. É preciso dizer que esse movimento merece uma análise mais apurada, o que não é o objetivo da presente crítica de mierda deste que vos escreve.
Dito isto, para nosso conforto, ainda que tardio, o Mestre Jedi reencontra a confiança e a velha forma no último capítulo da série. Só que isso não é o suficiente para se ignorar ou esquecer uma ampla gama de situações dignas de um roteiro de Os Trapalhões: sequestradores genéricos e malvados tomando olé da pequena Leia de dez anos; estelionatário se passando por Jedi e se arrependendo do nada porque... porque sim; uma passagem laser gratuitamente destruída quando poderia ter sido contornada pelo lado; nocaute de stormtrooper por tabefes; fortaleza inexpugnável que passa de uma hora para outra a ter vários furos de segurança; Obi-Wan escondendo a pequena Leia em seu sobretudo em meio a um hangar lotado de stormtroopers e oficiais imperiais sem ser notado. Isso sem se falar que ser transpassado por um sabre de luz não significa mais nada, o ferido vai levantar e continuar seu caminho e, quem diria, nem de tanque de bacta vai precisar. E alguém poderia achar que isso não pesaria tanto para ser tão desfavoravelmente crítico com Obi-Wan. O que acontece é que a série é tão tediosa e tem tão pouco a ser positivamente destacado que esses erros acabam chamando muito mais a atenção.
O roteiro errou no tom no personagem Obi-Wan. O Jedi sempre planejou ser mais discreto para manter-se incógnito, passando despercebido pelo regime Imperial e digo isso segundo toda a cronologia de SW. A ideia nunca foi desistir da Ordem Jedi, mas esperar o devido tempo para treinar a Nova Esperança, Luke Skywalker. Ao invés disso, preferiram tornar Obi-Wan em um desiludido fechado para Força que, contraditoriamente, também acredita no futuro de Luke como um aprendiz Jedi?! E a execução capenga da série atingiu até o grandioso Darth Vader. Ele protagonizou uma sequência desnecessariamente expositiva com o ar "veja, sou malvadão e poderoso da Força” em um confronto prematuro com Kenobi. O detalhe é que em seguida o vilão para de usar a Força para evitar a fuga de seu inimigo mortal e que há pouco estava em suas mãos! O imparável Vader, inexplicavelmente, só olhou e... congelou. E a apatia e falta de inspiração não é só por parte de Obi-Wan. Os personagens da série não são bem trabalhados, ninguém se importa se eles morrem ou vivem, sobre seus futuros, se vão aparecer em um nova temporada ou não.
Mesmo o final mais animador ainda apresentou um certo grau de desapontamento na rápida aparição do fantasma de Qui-Gon Jinn para seu ex-aluno, a cena que vinha sendo instigada ao longo do seriado poderia ter sido muito melhor explorada e poderia ser épica, ficou mais em um sonoro "é só isso, porra?!?".
O final, que traz o previsível "arrependimento" de Reva (e notem que ela é tãããoo marcante que sequer a citei em toda crítica) e a recuperação de Kenobi em um novo confronto com seu ex-pupilo. Contudo, esse final não acrescentou o suficiente para se considerar a série como uma boa produção. É preciso dizer que quando falamos de Star Wars estamos naturalmente elevando a régua da exigência, afinal de contas ela é uma das maiores sagas do universo do cinema e merece muito mais cuidado do que foi aparentemente dedicado – e certamente contou com muita verba e tempo para ser produzida.
A tão esperada série protagonizada pelo herói das Guerras Clônicas é ambientada dez anos depois da ascensão ao poder de Sidious e Vader na antiga república, agora se tornando o Império Galáctico. Para a surpresa dos espectadores a trama se desenrola em torno da pequena Leia Organa, ela é sequestrada a mando da Inquisidora Imperial Reva, também conhecida como terceira Irmã, a fim de atrair Obi-Wan Kenobi que, supostamente, ainda manteve um laço com Bail Organa.
A série mostra um Obi Wan muito aquém do conhecido Jedi, algo totalmente incompatível com o personagem trabalhado nas prequels, uma espécie de reedição do Luke Skywalker desiludido e descaracterizado de Episódio VIII. Aparentemente a Disney está em uma campanha de bundamolização dos seus heróis em uma tentativa de catapultar os novos que ela elegeu serem ícones para uma nova geração - como se os heróis clássicos fossem obsoletos. É preciso dizer que esse movimento merece uma análise mais apurada, o que não é o objetivo da presente crítica de mierda deste que vos escreve.
Dito isto, para nosso conforto, ainda que tardio, o Mestre Jedi reencontra a confiança e a velha forma no último capítulo da série. Só que isso não é o suficiente para se ignorar ou esquecer uma ampla gama de situações dignas de um roteiro de Os Trapalhões: sequestradores genéricos e malvados tomando olé da pequena Leia de dez anos; estelionatário se passando por Jedi e se arrependendo do nada porque... porque sim; uma passagem laser gratuitamente destruída quando poderia ter sido contornada pelo lado; nocaute de stormtrooper por tabefes; fortaleza inexpugnável que passa de uma hora para outra a ter vários furos de segurança; Obi-Wan escondendo a pequena Leia em seu sobretudo em meio a um hangar lotado de stormtroopers e oficiais imperiais sem ser notado. Isso sem se falar que ser transpassado por um sabre de luz não significa mais nada, o ferido vai levantar e continuar seu caminho e, quem diria, nem de tanque de bacta vai precisar. E alguém poderia achar que isso não pesaria tanto para ser tão desfavoravelmente crítico com Obi-Wan. O que acontece é que a série é tão tediosa e tem tão pouco a ser positivamente destacado que esses erros acabam chamando muito mais a atenção.
O roteiro errou no tom no personagem Obi-Wan. O Jedi sempre planejou ser mais discreto para manter-se incógnito, passando despercebido pelo regime Imperial e digo isso segundo toda a cronologia de SW. A ideia nunca foi desistir da Ordem Jedi, mas esperar o devido tempo para treinar a Nova Esperança, Luke Skywalker. Ao invés disso, preferiram tornar Obi-Wan em um desiludido fechado para Força que, contraditoriamente, também acredita no futuro de Luke como um aprendiz Jedi?! E a execução capenga da série atingiu até o grandioso Darth Vader. Ele protagonizou uma sequência desnecessariamente expositiva com o ar "veja, sou malvadão e poderoso da Força” em um confronto prematuro com Kenobi. O detalhe é que em seguida o vilão para de usar a Força para evitar a fuga de seu inimigo mortal e que há pouco estava em suas mãos! O imparável Vader, inexplicavelmente, só olhou e... congelou. E a apatia e falta de inspiração não é só por parte de Obi-Wan. Os personagens da série não são bem trabalhados, ninguém se importa se eles morrem ou vivem, sobre seus futuros, se vão aparecer em um nova temporada ou não.
Mesmo o final mais animador ainda apresentou um certo grau de desapontamento na rápida aparição do fantasma de Qui-Gon Jinn para seu ex-aluno, a cena que vinha sendo instigada ao longo do seriado poderia ter sido muito melhor explorada e poderia ser épica, ficou mais em um sonoro "é só isso, porra?!?".
O final, que traz o previsível "arrependimento" de Reva (e notem que ela é tãããoo marcante que sequer a citei em toda crítica) e a recuperação de Kenobi em um novo confronto com seu ex-pupilo. Contudo, esse final não acrescentou o suficiente para se considerar a série como uma boa produção. É preciso dizer que quando falamos de Star Wars estamos naturalmente elevando a régua da exigência, afinal de contas ela é uma das maiores sagas do universo do cinema e merece muito mais cuidado do que foi aparentemente dedicado – e certamente contou com muita verba e tempo para ser produzida.
