The Acolyte - Ep 01 e 02
Ruth e Raquel em uma galáxia distante
Spoilers Pesados
Série que conta no elenco com Amandla Stenberg (Osha/Mae), Lee Jung-jae (Sol), Dafne Keen (Jecki Lon), Charlie Barnett (Yord Fandar), Rebecca Hendenson (Vernestra Rwoh). Participação de Carrie-Anne Moss (Indara).
Acolyte é a primeira produção Star Wars que, teoricamente, tem como destaque principal os vilões, mais precisamente a aprendiz (acólita) Sith juntamente com seu Mestre - e imagino que ele deve ter alguma participação importante. E digo que é a "primeira" porque embora Vader definitivamente seja um grande destaque da trilogia clássica, o personagem principal é Luke e, na trilogia prequel, Anakin se torna um Sith somente ao final de EpIII.
Naturalmente quando falamos de Star Wars nossas expectativas teimosamente ainda se elevam. E quando o assunto é Jedi x Sith, sobem ainda mais. E o céu passa a ser o limite quando falamos de uma época em que os Jedi ainda estão com sua Ordem completamente estruturada, ainda em grande forma - The Acolyte se passa aproximadamente 100 anos antes de EpI.
O problema é que essa nova produção é que de cara já percebemos que a execução da série nesses dois episódios é muito aquém das possibilidades. A trama da série não demora muito para revelar que deve girar em torno das gêmeas Osha e Mae, separadas ainda muito jovens em um incidente meio mal explicado em que os Jedi tem algum envolvimento. Esse incidente tem três grandes problemas, o primeiro é que Mae foi considerada morta e a explicação (até o momento) é que "de alguma forma" ela sobreviveu, reprisando o péssimo lazy writing de EpIX em que Palpatine "de alguma forma" retornou. O segundo é o "show me, don´t tell me", um momento tão crucial não deveria ser apenas ser citado, mas visto e então trabalhado de modo que plantasse na cabeça do público com mais força a dubiedade da atuação dos Jedi que até então é apenas sugerida. O terceiro problema são os clichês que nascem disso: gêmeas que seguem em caminhos opostos (um revival do clássico local "A Ruthinha é boa e a Raquel é má"; jovens leitores pesquisem sobre o assunto na gloriosa internet) e que eventualmente se confrontarão ou mesmo se unirão. E finalmente a abordagem do problema de os Jedi "adotarem" uma criança, algo que já foi visto, revisto, explorado, usado e abusado.
Osha, a irmã boazinha e ex-padawan, nestes dois capítulos é uma personagem que ainda carece de aprofundamento, o que cabe dizer sobre ela até o momento é que já vimos outros personagens na mesma linha que já foram apresentados em Star Wars: sobrevivendo e fazendo o melhor que podem visto as circunstâncias da sua vida. Mae, a irmã malvada que deseja vingança dos Jedi pela morte de sua família, por sua, vez parece trazer mais possibilidades para a trama e levanta questionamentos: como ela foi salva, recrutada, treinada e quem é o seu Mestre? E por falar em Mestre, ele tem uma introdução um tanto anti climática. Sua apresentação deveria ter um clima sinistro e sombrio para dar ao personagem um grande peso e importância - afinal ele é Sith, porra! Contudo, ele tem uma breve aparição em um rochedo e, sem mais nem porquê, do nada, sem motivo, sem ameaça, ele aciona seu sabre de luz vermelho(!) e não é mais visto na série. E ainda resta uma pergunta importante: por que ele arriscaria ser descoberto apenas para sua acólita realizar uma vingança exatamente agora? Até o momento não faz sentido. E faz menos sentido ainda a Ordem Jedi já saber da atuação de Mae, que é treinada na Força e isso não despertar a atenção do Conselho Jedi!?
Mae, em sua primeira aparição, consegue matar a Mestra Jedi Indara, interpretada por Carrie-Anne Moss. O confronto das duas é interessante mas ao mesmo tempo um desperdício... Carrie, que é um nome de peso, poderia ser muito melhor aproveitada na série. Além disso chama a atenção como uma aprendiz consegue matar um Mestre? Nesse momento você deve estar pensando, "Ah, mas o Darth Maul matou o Qui-Gon que ainda contava com o apoio de Obi-Wan!". É verdade, mas o ponto é que Maul era um pitbull obstinado, muito bem treinado e hábil com uma das armas mais letais da galáxia, um sabre de luz duplo. Mae consegue bater uma Mestra apenas com uma pequena adaga...... Quando Indara saca o sabre de luz, a acólita ao invés de ir para o combate usa um truquezinho mequetrefe para evitar o confronto e matá-la. E Mae é tão despreparada para o combate que o seu segundo alvo é morto envenenado, já que ela não consegue sequer tocá-lo.... E tem mais, o referido Jedi aceita tomar o veneno dado por ela por... remorso.... depois de um lero-lero raso. E apesar de Mae ter matado dois Jedi, o Mestre Sol, que é incumbido de investigar as mortes e então confrontá-la não utiliza o sabre de luz, a luta dos dois é corpo a corpo (de novo)... Nesse ponto fica "claro" que a instrução dos Jedi é somente utilizar o sabre para matar o inimigo, não incapacitá-lo, mas por quê? Devido à ausência de explicação, no mínimo acho que deve ser conveniência de roteiro. Se a coisa fosse com Obi-Wan, Mae estaria sem um braço e já capturada. E não para por aí, e falo negativamente: tem Jedi sem camisa (alô, Kylo Ren
), Ordem Jedi inexplicavelmente bunda mole (por que usar dois Jedi para pegar uma assassina quando você tem um posto com outros tantos Jedi?) e um Ezra Miller da Shopee (juro, pensei que fosse ele mesmo). Nada positivo? Tem sim. O ponto positivo desses dois primeiros episódios é o Mestre Jedi Sol, ele é, ainda que parcialmente, uma referência da sabedoria que os Jedi deveriam ter.
Eu gostaria que os próximos capítulos de Acolyte fizessem a série decolar, mas é difícil de depositar qualquer esperança numa produção em que dois capítulos de um total de oito ficam muito abaixo do esperado. Vamos aguardar (ainda que seja pelo pior).
Acolyte é a primeira produção Star Wars que, teoricamente, tem como destaque principal os vilões, mais precisamente a aprendiz (acólita) Sith juntamente com seu Mestre - e imagino que ele deve ter alguma participação importante. E digo que é a "primeira" porque embora Vader definitivamente seja um grande destaque da trilogia clássica, o personagem principal é Luke e, na trilogia prequel, Anakin se torna um Sith somente ao final de EpIII.
Naturalmente quando falamos de Star Wars nossas expectativas teimosamente ainda se elevam. E quando o assunto é Jedi x Sith, sobem ainda mais. E o céu passa a ser o limite quando falamos de uma época em que os Jedi ainda estão com sua Ordem completamente estruturada, ainda em grande forma - The Acolyte se passa aproximadamente 100 anos antes de EpI.
O problema é que essa nova produção é que de cara já percebemos que a execução da série nesses dois episódios é muito aquém das possibilidades. A trama da série não demora muito para revelar que deve girar em torno das gêmeas Osha e Mae, separadas ainda muito jovens em um incidente meio mal explicado em que os Jedi tem algum envolvimento. Esse incidente tem três grandes problemas, o primeiro é que Mae foi considerada morta e a explicação (até o momento) é que "de alguma forma" ela sobreviveu, reprisando o péssimo lazy writing de EpIX em que Palpatine "de alguma forma" retornou. O segundo é o "show me, don´t tell me", um momento tão crucial não deveria ser apenas ser citado, mas visto e então trabalhado de modo que plantasse na cabeça do público com mais força a dubiedade da atuação dos Jedi que até então é apenas sugerida. O terceiro problema são os clichês que nascem disso: gêmeas que seguem em caminhos opostos (um revival do clássico local "A Ruthinha é boa e a Raquel é má"; jovens leitores pesquisem sobre o assunto na gloriosa internet) e que eventualmente se confrontarão ou mesmo se unirão. E finalmente a abordagem do problema de os Jedi "adotarem" uma criança, algo que já foi visto, revisto, explorado, usado e abusado.
Osha, a irmã boazinha e ex-padawan, nestes dois capítulos é uma personagem que ainda carece de aprofundamento, o que cabe dizer sobre ela até o momento é que já vimos outros personagens na mesma linha que já foram apresentados em Star Wars: sobrevivendo e fazendo o melhor que podem visto as circunstâncias da sua vida. Mae, a irmã malvada que deseja vingança dos Jedi pela morte de sua família, por sua, vez parece trazer mais possibilidades para a trama e levanta questionamentos: como ela foi salva, recrutada, treinada e quem é o seu Mestre? E por falar em Mestre, ele tem uma introdução um tanto anti climática. Sua apresentação deveria ter um clima sinistro e sombrio para dar ao personagem um grande peso e importância - afinal ele é Sith, porra! Contudo, ele tem uma breve aparição em um rochedo e, sem mais nem porquê, do nada, sem motivo, sem ameaça, ele aciona seu sabre de luz vermelho(!) e não é mais visto na série. E ainda resta uma pergunta importante: por que ele arriscaria ser descoberto apenas para sua acólita realizar uma vingança exatamente agora? Até o momento não faz sentido. E faz menos sentido ainda a Ordem Jedi já saber da atuação de Mae, que é treinada na Força e isso não despertar a atenção do Conselho Jedi!?
Mae, em sua primeira aparição, consegue matar a Mestra Jedi Indara, interpretada por Carrie-Anne Moss. O confronto das duas é interessante mas ao mesmo tempo um desperdício... Carrie, que é um nome de peso, poderia ser muito melhor aproveitada na série. Além disso chama a atenção como uma aprendiz consegue matar um Mestre? Nesse momento você deve estar pensando, "Ah, mas o Darth Maul matou o Qui-Gon que ainda contava com o apoio de Obi-Wan!". É verdade, mas o ponto é que Maul era um pitbull obstinado, muito bem treinado e hábil com uma das armas mais letais da galáxia, um sabre de luz duplo. Mae consegue bater uma Mestra apenas com uma pequena adaga...... Quando Indara saca o sabre de luz, a acólita ao invés de ir para o combate usa um truquezinho mequetrefe para evitar o confronto e matá-la. E Mae é tão despreparada para o combate que o seu segundo alvo é morto envenenado, já que ela não consegue sequer tocá-lo.... E tem mais, o referido Jedi aceita tomar o veneno dado por ela por... remorso.... depois de um lero-lero raso. E apesar de Mae ter matado dois Jedi, o Mestre Sol, que é incumbido de investigar as mortes e então confrontá-la não utiliza o sabre de luz, a luta dos dois é corpo a corpo (de novo)... Nesse ponto fica "claro" que a instrução dos Jedi é somente utilizar o sabre para matar o inimigo, não incapacitá-lo, mas por quê? Devido à ausência de explicação, no mínimo acho que deve ser conveniência de roteiro. Se a coisa fosse com Obi-Wan, Mae estaria sem um braço e já capturada. E não para por aí, e falo negativamente: tem Jedi sem camisa (alô, Kylo Ren

Eu gostaria que os próximos capítulos de Acolyte fizessem a série decolar, mas é difícil de depositar qualquer esperança numa produção em que dois capítulos de um total de oito ficam muito abaixo do esperado. Vamos aguardar (ainda que seja pelo pior).